A artrose na coluna ou espondilose é uma doença degenerativa muito comum na população em geral. A artrose na coluna, quando não tratada, pode levar à perda da estrutura espinhal normal e limitação da função. É um processo natural de envelhecimento, podendo afetar qualquer região da coluna (cervical, torácica, lombar, sacral).

O processo de artrose na coluna costuma afetar os seguintes elementos:

Disco – os discos intervertebrais são verdadeiros “amortecedores” na coluna vertebral, permitindo a mobilidade entre os ossos e a absorção de impacto. Com o passar dos anos, os discos intervertebrais tendem a sofrer alterações degenerativas de desidratação. A parte interna do disco (núcleo pulposo) é uma substância semelhante a um gel e é envolta por uma “capa” (ânulo fibroso). As fibras de colágeno formam o núcleo junto com a água e proteoglicanos. Os efeitos degenerativos do envelhecimento podem enfraquecer essa estrutura, fazendo com que o ânulo fibroso rompa. O teor de água no núcleo diminui com a idade, o que compromete a sua capacidade para se recuperar depois de uma compressão (a qualidade de absorção de impacto). As alterações estruturais de degeneração podem diminuir a altura do disco e aumentar o risco de hérnia de disco.

Faceta articular (articulação zigapofisária) – Cada vértebra da coluna tem quatro articulações que funcionam como dobradiças. Essas articulações da coluna permitem extensão, flexão e rotação. Como outras articulações, as superfícies das facetas articulares são revestidas com cartilagem. A cartilagem é um tipo especial de tecido que fornece lubrificação e diminui a fricção da superfície de deslizamento. A degeneração articular provoca a perda da cartilagem e formação de osteófitos (“bicos de papagaio”). Estas alterações podem causar hipertrofia facetária ou osteoartrite, também conhecida como doença degenerativa das articulações.

Osso e ligamento –  A degeneração dos ossos com o envelhecimento leva a formação de osteófitos (“bicos de papagaio”). Esses osteófitos nada mais são do que calcificações irregulares e malformações ósseas em locais não anatômicos. Isso pode eventualmente causar dor ou compressão de nervos na região. Os ligamentos são faixas de tecido fibroso que ligam as estruturas ósseas da coluna vertebral (vértebras) e protegem contra movimentos extremos (por exemplo, hiperextensão). No entanto, alterações degenerativas podem causar rupturas nos ligamentos levando à instabilidade entre as vértebras. O ligamento amarelo (um ligamento espinhal presente dentro do canal vertebral) também pode se tornar espesso e comprimir as estruturas neurológicas.

O conjunto de degenerações do disco + faceta articular + osso + ligamento pode levar a um quadro de estenose do canal vertebral (estreitamento do canal dos nervos).

Os sintomas da Artrose na Coluna irão depender da localização:

Coluna Cervical – A coluna cervical é especialmente susceptível à artrose e degeneração precoce por apresentar grande amplitude de movimento. Nos dias atuais, isso é ainda mais frequente devido à má postura crônica da população. Os sintomas podem variar, sendo comum a dor na região cervical (pescoço), torcicolos, dor irradiando para escápulas/ombros/braços/mãos e até mesmo dor/dificuldade para engolir (disfagia). Quando um osteófito (“bico de papagaio”) provoca compressão da raiz nervosa, podem ocorrer alterações sensitivas (dormências, formigamentos) e motoras (diminuição de força, câimbras).

Coluna Torácica – Esse local é o menos acometido pela artrose e também não costuma causar muitos sintomas. Isso se deve pela estabilidade intrínseca da coluna torácica, com menor amplitude de movimento articular. Os sintomas mais comuns são dor local e irradiações esporádicas para as costelas.

Coluna Lombar – A coluna lombar é a região em que a artrose na coluna é mais frequente. Isso se deve tanto pela mobilidade dessa região como ao fato de ter de suportar todo o peso de nosso corpo. É uma região de grande transferência de carga entre a coluna vertebral e a bacia (estrutura mais rígida). A artrose na coluna lombar é mais frequente nas pessoas com idade acima dos 40 anos. Dor e rigidez matinal são queixas comuns. Geralmente níveis múltiplos estão envolvidos. Sentar-se por longos períodos de tempo podem causar dor e outros sintomas devido à pressão sobre as vértebras lombares. Além da dor no local (lombalgia), pode estar presente a dor “ciática” em alguma perna com ou sem alterações sensitivas e motoras.